Rajoy, o líder do Partido Popular espanhol, que tem várias coisas curiosas na forma de fazer política, teve mais uma saída brilhante ontem, no Parlamento nacional, quando Zapatero foi anunciar as medidas draconianas para reduzir o défice. Uma das suas propostas consistia em trocar os cortes no social pela tesourada nos apoios públicos aos partidos políticos, às confederações sindicais e às associações empresariais. É claro que dói muito o corte no social - e estamos para ver se foi bem calculado e se tem um mínimo de equidade na distribuição do esforço. Entretanto, esta ideia de "secar" os partidos, os sindicatos e as organizações patronais é bem reveladora de como o populismo não tem família. Trata-se de aproveitar a crise para tentar, uma vez mais, reduzir ao estatuto de refugo os mecanismos centrais da democracia parlamentar e do diálogo social. Alguns querem mesmo aproveitar a crise para enfraquecer ainda mais a comunidade política. Julgarão que a selva seria a comunidade política ideal?
13.5.10
aproveitar a crise
Rajoy, o líder do Partido Popular espanhol, que tem várias coisas curiosas na forma de fazer política, teve mais uma saída brilhante ontem, no Parlamento nacional, quando Zapatero foi anunciar as medidas draconianas para reduzir o défice. Uma das suas propostas consistia em trocar os cortes no social pela tesourada nos apoios públicos aos partidos políticos, às confederações sindicais e às associações empresariais. É claro que dói muito o corte no social - e estamos para ver se foi bem calculado e se tem um mínimo de equidade na distribuição do esforço. Entretanto, esta ideia de "secar" os partidos, os sindicatos e as organizações patronais é bem reveladora de como o populismo não tem família. Trata-se de aproveitar a crise para tentar, uma vez mais, reduzir ao estatuto de refugo os mecanismos centrais da democracia parlamentar e do diálogo social. Alguns querem mesmo aproveitar a crise para enfraquecer ainda mais a comunidade política. Julgarão que a selva seria a comunidade política ideal?