A ministra da educação, entrevistada ontem por Judite de Sousa, mostrou saber do que fala: não fugiu aos problemas, mostrou segurança nos princípios basilares, deixou claro que há muitas formas de apanhar ratos, afirmou com naturalidade e sem drama a sua identidade própria como nova responsável da pasta.
Só falta um elemento no seu discurso, que se compreende que não seja ela a trazer à colacção, mas que decidirá muito do seu futuro próximo: só há verdadeiras possibilidades de êxito negocial quando todas as partes efectivamente negoceiam. Parte da tragédia do ciclo anterior consistiu no facto de se ter imposto a estratégia daqueles que efectivamente não queriam negociar, mas apenas usar a aparência de negociação como meio de bloquear as mudanças substanciais. Estamos para ver se isso mudou.