Negociar um olhar. Trocar o tempo que custa consolidar um ângulo pelo tempo que custa fazer. Deixar por fazer por causa de medir o olhar. Deixar os outros andar e perder o passo a desnaturalizar o ver. Fixar um ponto no campo e trocar a possibilidade de o manipular pela própria possibilidade do campo. Guardar um instante, quando esse ponto na verdade teve duração e tudo o que gastas numa duração é gasto sobre o pano de fundo de um universo que não espera. Uma eternidade. Uma eternidade que nos atrasa. Uma espera que aos outros custa um atraso cósmico. Porque a inépcia do artesão demora tempo a ser digerida. E um artesão, antes de ser artesão, antes de ser mestre, é aprendiz. E o aprendiz é mestre a perder tempo. Sob pena de nunca ter tempo.