31.5.14

alta traição ?!


António José Seguro ganha sempre mais imaginação quando se vira para o combate interno. Fica mais vibrante para atacar José Sócrates e o governo do PS por ele liderado, ou para apontar defeitos em António Costa (como João Soares, que esta semana se lembrou de sugerir a Costa que tapasse os buracos das ruas de Lisboa), do que costuma conseguir ser para tratar do país. Aqueles que o ouvem aqui ou ali e o acham sonso - têm de ir ouvi-lo à Comissão Nacional ou à Comissão Política do PS, porque aí o homem transfigura-se.
Mas nem é isso o mais preocupante. O pior é que, em poucos dias, AJS revela uma enorme falta de sentido de Estado ("e depois encher a boca com populismos") e mostra, agora, que não se importa de tratar assuntos importantes de reforma da democracia, de transformação da política e dos partidos, como manobra dilatória para ganhar tempo em assuntos internos. Aquilo que antes rejeitou como reforma democrática do PS, e que no último congresso impediu que se discutisse, agora coloca em cima da mesa - porque precisa de alguma coisa para disfarçar a vontade (aqui) férrea de não deixar discutir a liderança.
Para usar uma triste expressão usada recentemente por um destacado apoiante de António José Seguro: manipular as questões de reforma da democracia como estratagema de sobrevivência pessoal - não será alta traição ?!