5.1.14

"se não tem onde deixar a criança, arranje outro emprego".



Eu não vou explicar a história toda, porque outros já a contaram com todos os episódios. Deixo o link vindo de Aveiro, para o texto de Miguel Pedro Araújo: leiam e sigam os pormenores, ficarão a perceber como aquela frase foi dita a uma mãe que trabalha - neste Portugal que já foi de Abril.

Sim, o Portugal de Abril foi um país onde as pessoas tinham vergonha de ser tão más, tão despudoradamente más. Não conheço nenhum dos intervenientes, não há nada de pessoal em sublinhar esta história. Leio tudo como quem lê uma peça de teatro onde as personagens são tipos, não vizinhos concretos. Onde não se conta uma historieta, mas uma moral. Ficarão assim a saber que a língua portuguesa permite escrever barbaridades, permite mostrar o esplendor da desumanidade.

Leiam e façam os vossos cartões: precisamos conhecer os rostos dos nossos inimigos, dos bárbaros que nos invadiram pelas portas grandes, cheios de honrarias e títulos profissionais, para mais desprevenidos nos apanharem e destruírem.