11.9.13

Allende.



Allende, Pinochet, o Chile, enfim, foram sempre para mim uma fronteira. Quem culpa Allende por ter tentado mudar um bocadinho os poderes tradicionais, quem desculpa Pinochet de qualquer forma (especialmente apelando para o "milagre económico"), para mim está do lado de fora do admissível. E não esqueçamos que anda por aí (ou já andou) muita gente "de calibre" que limpava os carniceiros que acompanhavam Pinochet (o primeiro deles) com desculpas as mais variadas, geralmente a disfarçar a conveniência de uma ordem internacional policiada pelas grandes potências. Frequentemente, esses eram os mesmos que arrancavam os cabelos com os crimes do comunismo (que, infelizmente, não foram inventados). A hipocrisia tem muitas caras, mas uma delas consistiu em criticar "a via revolucionária para o socialismo" e, ao mesmo tempo, desculpar quem interrompeu com extrema violência a respectiva via "eleitoral".

(Imagem: "Anteojos ópticos del Presidente de Chile Salvador Allende, encontrados en el Palacio de la Moneda, tras el bombardeo.")