23.2.13

o capuchinho vermelho e o lobo.


A questão não se me põe pessoalmente, porque não estarei dentro das fronteiras no dia das próximas manifestações contra a troika.
Mas vejo que a técnica de mobilização volta a ser a mesma de outros tempos: quem não for é um canalha, um vendido, provavelmente recebeu um envelope por baixo da mesa vindo do Gaspar. Ah, claro, e quem disser publicamente que não vai é um fascista, encapotado ou não.
Pois, olhem, revolucionários de trazer por casa: essa agitação toda faz um imenso favor ao Passos, ao Relvas, ao Gaspar e ao Portas. É que o renascer desse espírito de intolerância, essa tentativa de levarem a verdade no bolso, essa eterna tendência para tentarem meter o monopólio da mudança necessária no vosso bolsinho partidário ou grupal, dá sempre o mesmo resultado. E o resultado é este: muita gente acaba por ter mais medo do capuchinho vermelho do que do lobo.