1.12.12

1 de Dezembro.


Hoje é dia de sermos muito patrióticos, muito portugueses, muito espanhóis-nem-por-nada - ainda por cima, para muitos isso mistura-se lindamente com a raiva ao governo que acaba com o feriado desta festa tão portuguesa.

Talvez valesse a pena lembrar que nos séculos onde os filipes de espanha foram nossos senhores, poucos por cá estavam tão incomodados com isso como nós agora fazemos por estar. Nem havia esta noção de Estado independente como há hoje, nem se faziam as contas tão miúdas como se fazem hoje. A nossa élite tinha feito trinta por uma linha para que os trapinhos dos casamentos e dos nascimentos nos juntassem ao pleno ibérico e a marosca só falhou porque os príncipes e as princesas morriam como tordos e deitaram a perder todos cruzamentos preparados para juntar as coroas. Se isso tivesse sido feito a tempo e horas, talvez juntos tivessemos conseguido ter recursos para gerir o "império" com mais proficiência, coisa que a nossa minusculez assim não permitiu, passando em velocidade estonteante que mal o vimos o proveito dessa linda glória de termos dado novos mundos ao mundo.

Não quero ser atirado pela janela, que não sou conde nem sirvo a representante da coroa de madrid, mas não é preciso reescrever a história em tons heróicos para termos orgulho nas coisas interessantes que fizémos por vezes. Ainda assim, é primeiro de Dezembro e, sendo sábado, nem se nota que isto vai passar a ser um dia entre trinta de Novembro e dois de Dezembro, simplesmente.