18.9.12

o que eu partilho com Romney.


Fiquei a saber, pelo noticiário das 7 da manhã, que Mitt Romney tinha dito, num discurso para apoiantes, que os Republicanos não podiam à partida contar com os votos de 47% (ou 49% ?) dos americanos, os que recebem prestações do Estado. A ideia era que esses estavam "comprados" pelos Democratas, ou pelo governo, ou pelos malditos estatistas, que na cabeça dele é tudo mais ou menos a mesma coisa. Um discurso que entre nós é sobre os subsídio-dependentes (os que sejam pobres ou remediados, porque os ricos têm direito a todos os subsídios que consigam recolher e nisso só têm mérito, claro está).

Confesso a minha fraqueza: embora achando que o "racismo ideológico" da declaração era abominável, pensei que o homem teria razão numa coisa: os que beneficiam da protecção da sociedade seriam mais de "esquerda" do que de "direita".

Pois, numa coisa acompanho o candidato republicano à presidência dos States: na ignorância. Aquela minha convicção é demonstração de ignorância: talvez menos grave em mim do que num candidato a presidente daquele país, mas, de qualquer modo, ignorância. É que, como se explica neste artigo, o retrato do recebedor de prestações nos EUA é mais deste tipo: republicano, idoso, branco e diplomado. [The people who receive the disproportionate share of government spending are not big-government lovers. They are Republicans. They are senior citizens. They are white men with high school degrees.]

Os preconceitos são tão estúpidos, não são? Lá e cá, bem entendido.

(Agradeço ao Paulo ter indicado este caminho de ataque à minha ignorância.)