23.1.12

religião e política.


De tempos a tempos volto ao tema da religião, porque o considero importante. Basta ver quantas pessoas neste mundo se consideram religiosas, de forma mais ou menos sistemática (ligada a uma organização, ou igreja), para perceber a importância do fenómeno. Considerar que todos os crentes são, apenas por o serem, inteligentes ou estúpidos, bondosos ou malvados, empenhados ou desinteressados, é um simplismo que falha a necessária compreensão do mundo. Na verdade, nunca me dei verdadeiramente ao trabalho de explicar porque, não sendo religioso (sou agnóstico), me irrito facilmente com extremismos anti-religiosos, mais ou menos tanto quanto me irrito com os mais papistas que o Papa que pululam por aí. Ainda por cima, há muito quem ache que um certo anti-clericalismo é diploma de "boa esquerda" - e há poucas coisas que me façam tanta urticária como os diplomados em "boa esquerda". Ainda um dia hei-de dar-me ao trabalho de explicar devagarzinho o meu pensamento sobre esta coisa da religião no mundo. Por enquanto, esse trabalho de uma teologia laica e descomprometida de um cidadão, que é assim que me coloco, continua adiado sine die.
Entretanto, vou vendo que o assunto interessa a outras pessoas. Deixo aqui esta ligação, para um post intitulado Why the left needs to keep the faith. Não é necessariamente o meu ponto, mas achei que valia a pena partilhá-lo. Porque continuo a pensar que seria útil desbloquear este tema nos sectores de progresso (seja lá isso o que for) na sociedade portuguesa.