22.7.11

o ministro das finanças ainda não leu as notícias


Imposto extraordinário: Parlamento aprova sobretaxa, mas deputados do PSD e CDS têm dúvidas.

«No debate com os deputados, o ministro das Finanças, Vitor Gaspar, justificou o novo imposto afirmando que é indispensável para a consolidação orçamental. Em resposta a Sónia Feruzinhos, do PS, que criticou a medida como de “último recurso”, Vítor Gaspar contrapôs que a decisão é “sinal de uma estratégia falhada”, do Governo do PS. Essas medidas de “último recurso” significam “tomar medidas demasiado tarde, e tímidas”, e caminhar “de PEC em PEC até ao desastre final”, afirmou.»

Parece que o ministro das finanças de Portugal ainda não sabe da cimeira do eurogrupo de ontem. Pelo menos, continua na velha teoria de que cada país seria capaz de se desenrascar sozinho, sem acção europeia - e que, se as coisas correm mal neste ou naquele país, isso se deve exclusivamente à inépcia desse país a lidar com o mundo. Se a senhora Merkel tivesse explicado ao senhor Passos Coelho que até já ela percebeu que isto é um fenómeno internacional e sistémico, e que só uma acção ao nível da zona monetária pode dar resultados, o doutor Gaspar poderia largar as velhas teorias. E até poderia agradecer ao anterior governo de Portugal ter sido dos que mais se bateram pelo realismo necessário (a nível europeu) para assumir isso. Ou o ministro Gaspar ainda pensa que as decisões do eurogrupo, ontem, foram um ataque súbito de caridade face à Grécia e outros aflitos?