11.4.11

vamos ver se nos entendemos


Sem entendimento entre partidos não haverá resgate financeiro. «Os responsáveis europeus começam a dar sinais de impaciência com o desacordo público entre o governo, a oposição e o Presidente da República sobre o programa de assistência financeira a Portugal, frisando que só haverá ajuda em troca de um entendimento completo e sólido a este respeito entre os principais partidos políticos.»

Já seria ridículo haver partidos que pensam poder obrigar os outros países europeus (e o FMI) a emprestar-nos dinheiro sem Portugal dizer o que lhe vai fazer (assinar o compromisso para o acordo, que se costuma chamar "memorando de entendimento"). Cavaco Silva ir para a Hungria com a mesma conversa, é de um ridículo acrescido - ele que nem tem a desculpa de estar em campanha eleitoral. (Ou não devia estar, mas se calhar até está, já que foram os seus discursos incendiários que convenceram Passos Coelho que estava na altura de partir a louça toda.) Afinal, tanto barulho para os ministros da economia e finanças da UE virem dizer que o ponto de partida da negociação é o PEC IV.
Agora que terminou o interregno daquele disparate de Teixeira dos Santos (dizendo que não seria o governo a negociar com a oposição a posição portuguesa), graças à clarificação introduzida por Sócrates (é mesmo o governo que vai tratar de confortar a posição portuguesa), está na hora de deixar de brincar com o fogo. Portugal começa a ser ridicularizado "lá fora" por dar a ideia que há quem pense que vai obter um empréstimo a troco da mera promessa de que mais tarde dirá o que pensa fazer com ele. Um pouco de sentido de Estado, que já é tempo. Por favor.