6.3.11

Os"homens da luta" ganharam a 47ª edição do festival da canção


Só há poucos minutos percebi, lendo um apontamento publicado por um dos meus irmãos, que os "Homens da Luta" ganharam ontem o Festival da Canção. Esse facto sugere-me duas breves reflexões.
Primeira. Parece que há quem ache que aquilo é uma canção de intervenção. Isso, a ser verdade, quereria dizer que a canção de intervenção regrediu décadas, quer em termos de mensagem, quer esteticamente. A "canção" que venceu o festival é um insulto a tudo aquilo que me habituei a apreciar como música de intervenção, quer pelas "ideias" quer pelo barulho que as acompanha.
Segunda. Para quem, como eu, viveu toda a sua vida consciente imerso em interesse pela política, o que mais surpreende (e incomoda) é que, hoje em dia, tudo seja visto pelos óculos da política mais imediata. O espaço público está tomado por uma fúria de confronto generalizado, servido por todo o tipo de tácticas em todas as frentes. O festival da canção foi agora tomado por uns tipos que, ainda recentemente, se acharam no direito de sabotar a campanha eleitoral de partidos que não lhes vão no goto.
Os aplausos que por aí vão são uma clarificadora assinatura de quem os profere. "Proferir aplausos" como "proferir impropérios" - daí a expressão usada.



Votos do “povo” dão vitória aos Homens da Luta no Festival RTP da Canção.