7.1.11

coelho ao poleiro - e os anões


José Manuel Coelho, o deputado do PND na Madeira que é candidato às Presidenciais 2011, acabou agora mesmo de ser entrevistado na RTP1 por Judite de Sousa. "Coelho ao Poleiro" é a palavra de ordem satírica deste candidato, que obviamente não terá o nosso voto, já que representa apenas (na melhor das hipóteses) uma extensão "continental" da resistência ao regime jardinista. Lá por se pintar com umas garridas cores de populismo para gostos ecléticos, não é por isso que se transforma num candidato credível. Não acho que o caso mereça mais explicações, não gastemos mais cera neste defunto.
De todos os modos, este post não é sobre o Coelho e o Poleiro, mas sobre o único verdadeiro facto notável desta entrevista: a arrogância despropositada de Judite de Sousa. Além de se dar ares de professora de boas maneiras políticas, Judite de Sousa achou que lhe competia dar açoites de mau comportamento a José Manuel Coelho por suposta incoerência, com uma sobranceria notória. O exemplo mais chocante dessa atitude foi a forma insistente como tratou Coelho como uma espécie de aberração por já ter estado no Partido Comunista e agora estar no PND. Judite escandalizou-se enormemente com a incoerência do percurso de Coelho. Não me lembro de Judite de Sousa algum dia ter arregalado tanto os olhos por Zita Seabra ter ido do PCP para o PSD, por Durão Barroso ter ido do MRPP para o PSD, ou ... bem, há muitos exemplos desses. Mas Judite nunca sacou dos seus moralizantes olhos arregalados para zurzir em Zita Seabra ou em José Manuel Barroso, em directo na TV, por causa desses percursos. Na verdade, Judite só hoje, de repente, se lembrou das grandes navegações que relevantes políticos portugueses fizeram nos mares agitados da polis nacional.
Não tive vergonha por Coelho: não serei eu a julgar os estranhos meios a que é preciso deitar mão para resistir a tiranetes insulares. Mas tive vergonha por aquela jornalista, na televisão pública, a tentar ser mais ridícula do que um candidato que usa o ridículo como forma de guerrilha.
Quem só se agiganta perante os pequeno é por que é ainda mais pequeno.