18.5.10

Merkel e os elefantes / a direita europeia no seu pior



Alemanha reabre discussão sobre fundo de protecção do euro.

Lê-se ainda no Público:
«A Alemanha lançou ontem a confusão entre os países da zona euro ao reabrir a discussão sobre o mega pacote de 750 mil milhões de euros aprovado na semana passada para ajudar os países em dificuldades financeiras e evitar a propagação da crise da dívida grega ao resto da eurolândia.»
«A França, que, pelo contrário, defende há muito a instituição de um mecanismo de gestão de crises na zona euro, opôs-se a esta exigência, defendendo que o fundo foi criado precisamente para garantir um activação rápida, de modo a evitar os atrasos que marcaram a definição de uma ajuda semelhante (de 110 mil milhões de euros) que foi concedida há duas semanas à Grécia. De acordo com a generalidade dos analistas, incluindo do FMI e da OCDE, estes atrasos contribuíram muito para o agravamento da crise.»

Neste ponto não vale esquecer a história: a direita europeia fez tanto ou mais do que a esquerda para criar e consolidar o espaço institucional a que hoje chamamos União Europeia. Muitos dos progressos sociais que a paz e uma certa concertação social tornaram possíveis na Europa, devem-se também a essa direita democrática e civilizada.
É por isso que faz pena ver até que ponto o principal rosto dessa direita europeia hoje, a senhora Merkel, troca tudo pelas preocupações eleitorais internas de curto prazo. Como se a Alemanha ignorasse quanto valem para ela os "parceiros incómodos" que ela julga incontinentes. Dizer que Merkel parece um elefante numa loja de cerâmica seria tratar mal o elefante.

Depois ainda falam da irracionalidade dos mercados...